Em um dos primeiros atos como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden assinou um ato pelo qual a maior economia do mundo volta a aderir ao Acordo de Paris, pelo qual os países se comprometem com metas de redução de emissões de carbono na atmosfera, para conter o aquecimento global.
Essa mudança de curso em relação às políticas de Donald Trump tem impacto em todo o mundo, inclusive – ou principalmente – no Brasil. Para lideranças empresariais ouvidas as novas políticas ambientais dos EUA e outras diferenças da nova administração tendem a abrir oportunidades para setores como o etanol e a soja brasileiros, além de reforçar tendências em prol da diversidade e do desenvolvimento sustentável.
"Assim como a pandemia, as mudanças climáticas exigem respostas construídas por meio da colaboração global. É uma tendência que se acelerou no último ano e que levou muitas empresas a se comprometerem com metas de zero emissão líquida (de carbono) em suas atividades até 2050, em linha com o Acordo de Paris que volta a ter a adesão dos EUA", diz Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CBDES).
Embora Biden tenda a fazer cobranças públicas pela preservação da Amazônia, a exemplo de outros líderes europeus, o presidente dos EUA não deve repetir ações como as do francês Emmanuel Macron, que recentemente defendeu a autossuficiência europeia em soja como forma de evitar o desmatamento da floresta tropical para produção da oleaginosa – a crítica foi rebatida por produtores brasileiros, que desde 2008 adotam bem-sucedidas medidas de rastreamento e controle para que nenhuma soja exportada tenha sido plantada em áreas desmatadas após aquele ano.
Para o dirigente, um fator que pode ser chave e benéfico ao Brasil é se Biden distensionar as relações comerciais dos EUA com a China e recuperar o papel que a Organização Mundial do Comércio (OMC), enfraquecida durante a gestão Trump.
Fonte: CNN Brasil