A rede social X decidiu cooperar com a Justiça brasileira e disse que vai apresentar um representante local para manter o funcionamento no país.
Segundo informação obtida peloblogcom pessoas envolvidas na negociação, a indicação vai acontecer "muito em breve". O X, no entanto, ainda não estabeleceu um prazo para cumprir a determinação judicial.
A plataforma do bilionário Elon Musk resolveu se enquadrar na determinação do Supremo após a a rede social ser suspensa no final de agostoe multada.
Nesta quarta-feira (18), a rede indicou advogados da área civil e criminal para a representar. Eles se apresentaram ao Supremo.
Mesmo assim, nesta quinta (19), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, deu 24 horas para que fosse apresentado um representante legal sob pena de não aceitar os advogados indicados.
A Globonews apurou que apesar da burocracia envolvida, a empresa está acelerando os trâmites e que os registros estão sendo providenciados.
Entenda
Em 30 de agosto, Moraes determinou a suspensão da rede social X no Brasil. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foi notificada para cortar a rede social em todo território.
Moraes tomou a decisão após a empresa não obedecer a uma ordem do ministro de instituir um representante legal no país.
Ao suspender o X, Moraes disse que a rede agiu para instituir um ambiente de "terra sem lei" no Brasil.
Suspenso há 20 dias, o X voltou a ficar disponível nesta quarta-feira à revelia da decisão de bloqueio. Por causa disso, o ministro multou a rede em R$ 5 milhões. A punição começa a partir desta quinta-feira (19), mas o tribunal ainda vai calcular quantos dias de multa – a depender de quanto tempo durar o descumprimento das decisões.
A multa foi aplicada porque a rede social do bilionário Elon Musk usou um “truque” para burlar o bloqueio. A rede ficará suspensa até que a empresa pague as multas impostas por Moraes e indique um representante legal no Brasil.
O “truque” permitiu aos brasileiros acessar a rede social após a empresa de Musk mudar seus servidores, dificultando o bloqueio pelas operadoras de internet.
Mais cedo nesta quinta, a Anatel constatou que, de fato, usuários da rede social relataram ter conseguido acessar a plataforma na quarta, mesmo sem o uso do VPN (Virtual Private Networks). A empresa afirma que o truque "demonstra intenção deliberada de descumprir" a determinação do STF e que novas tentativas de desrespeitar o bloqueio "merecerão da Agência as providências cabíveis"
O VPN cria uma conexão segura e criptografada entre um dispositivo e a internet, protegendo a privacidade e os dados do usuário. Ela oculta o endereço IP real (identificação do dispositivo) e permite acessar conteúdos restritos pela região. Por exemplo, é possível acessar o X como se o acesso estivesse sendo feito de outro país.
A empresa argumentou que a mudança foi feita porque a infraestrutura para fornecer o serviço na América Latina ficou inacessível para sua equipe após o bloqueio no Brasil.
Segundo a companhia, a alteração causou uma "restauração involuntária e temporária do serviço para usuários brasileiros".
A Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações) diz que o X passou a usar endereços de IP vinculados ao serviço de servidores Cloudfare, e não mais a uma infraestrutura própria.
G1