Os desafios na agricultura são constantes e variados. Um dos mais preocupantes é a presença de insetos nas lavouras e na região de Rio Verde, um dos insetos que tem causado dores de cabeça aos produtores é o percevejo castanho.
Identificação
Com o inseto presente na região, o zootecnista da Comigo Leonardo Oliveira explica sobre as maneiras de identificação da presença dele nas lavouras: “A principal forma de identificação são os danos causados. Quando chegamos nas áreas que acometem os casos de percevejo castanho, nós percebemos os danos.”
“Ele é um inseto de características subterrâneas, então raramente vamos vê-lo na superfície do solo. Preferencialmente, para identificá-lo fora do solo, via superfície, seria em revoadas no período da tarde ou no período da manhã, mas o ideal é cavar o solo e pega-lo nas raízes, pois é o ambiente em que ele sobrevive.” conclui o profissional.
“A principal característica então são os danos causados nas pastagens. É um inseto marrom de cerca de 1cm e fica no solo. Ele se potencializa na umidade, então pós chuva ou nesse período em que estamos, de verão com a presença de chuvas, ele está mais aflorado no solo, mais razo. No período da seca, o inseto fica em uma profundidade maior, buscando justamente essa umidade.” finaliza Leonardo
Danos e prejuízos
O zootecnista explica ainda que o inseto pode causar danos e prejuízos ao produtor rural: “O principal prejuízo é a perca de produtividade, pois o inseto pode acometer áreas agrícolas em geral, como soja, milho, sorgo, algodão, porém, o foco hoje é nas áreas de pastagem. O primeiro dano é na perca de produtividade, notamos que essas áreas não conseguem entregar o mesmo desempenho.” afirma Leonardo.
“Uma característica é a perca da pastagem em boleira, então uma área que a pastagem secou dessa maneira é uma característica do inseto e quando ele começa a se movimentar no solo, podemos ter grandes percas de produtividade como já tem acontecido esse ano na região. Esses casos também são devidos a seca extrema que tivemos no último ano, para se ter uma ideia, algumas propriedades ficaram 186 dias sem chuvas, com isso, áreas que foram atacadas pelo inseto no último verão e uma seca extrema, a pastagem não rebrota e vai ser preciso entrar com uma reforma agora nesse verão.” finaliza o profissional.
Combate ao inseto
Com os riscos iminentes de percas de produtividade e a possibilidade de prejuízos, é importante combater esse inseto para que ele não avance no solo: “O primeiro ponto para o produtor é zelar da qualidade nutricional do solo e do pasto. Então, se o produtor tem uma área que está sendo bem produtiva com alta qualidade nutricional, ela minimiza os impactos que o percevejo vai causar nela, então por mais que inseto esteja presente causando danos, será de menor impacto.”
“Um outro ponto importante é fazer o monitoramento da área. Então o produtor hoje, precisa começar a monitorar as suas áreas. Esse monitoramento vai variar de acordo com cada região, se na propriedade ou região tiver histórico, deve ser feito com maior frequência. Essas seriam algumas formas preventivas contra o inseto.” alerta Leonardo.
“Quando chegamos na parte de controle, a situação fica um pouco mais difícil. Isso porque precisamos pegar um produto que atinge um inseto que fica debaixo da terra, por isso a solução é mais complexa. O que temos feito é trabalhar bastante com produtos biológicos, seguindo as orientações e aplicando de maneira correta, por isso a importância do acompanhamento de um profissional.” finaliza o zootecnista.
Diante das explicações, é notório que os desafios estão presentes no agronegócio e monitorar as áreas e agir na prevenção, ainda são maneiras de evitar dores de cabeça. Entretanto, na menor possibilidade de presença do inseto, o produtor deve acionar um consultor de sua confiança e agir de maneira assertiva para combater o inseto e diminuir os danos nas lavouras
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